adj. || (gram.) diz-se da palavra que, apoiando-se na terminação da que a precede, perde o acento próprio, e parece formar com ela uma só palavra, como em deu-te. || -, s. f. palavra ou partícula que se apoia na palavra que a precede, perdendo o acento próprio. [São enclíticas em português as formas pronominais, me, te, ao, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as e a prep. de quando, ligada por hífen (Voc. Acad. Lisb.) ou não ligada (Voc. Acad. Bras.) se segue ao verbo haver (aux.).] As vezes juntam-se duas enclíticas: Dáse-lhe, dou-vo-la, diga-mo; e as vezes três Ensine-se-lha. || Me, te, nos, vos, não admitem outra enclítica, quando são complementos objetivos: doume a ti (e não dou-me-te). Quando me, te, nos, vos, lhe e lhes são compl. term., colocam-se depois de se e antes de o, a, os, as: diz-se-lhe, diz-se-vos, digo-lho, digo-vo-lo. Sempre que a oração seja negativa ou subordinada, as enclíticas pronominais passam para antes do verbo não se lhes diz; para que nos digam; se lho dissessem; nunca vo-lo diria. (Neste caso pode meter-se uma palavra ou mais entre a partícula e o verbo se lho eu dissesse, se lho eles dissessem.) Se o verbo for do infinito e ligado estreitamente ao outro de quem depende, podem as enclíticas estar antes ou depois: mandou mata-los, mandou-os matar desejo vé-la, desejo-a ver; sem querer ofendo-1a. sem queré-la ofender, ou sem a querer ofender. Estas enclíticas juntam-se a todas as formas verbais exceto ao partíc. pass. Tenho-as visto (e não tenho visto-as). Sempre que estas enclíticas se seguem ao verbo são separadas dele pelo hífen (-). Antes dele não é usado o hífen, ainda que parece o devia ser. Nos casos em que a enclítica pronominal segue o verbo, se este estiver no futuro simples ou no condicional, a enclítica mete-se no meio da forma verbal fazendo tmese: dir-me-ás; louvar-te-ía; dar-se-lhe-ão.
F. lat. Encliticus.
{novo}